quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Cruzado

http://colinavaticana.blogspot.com

“Há muito, muito tempo atrás existiu um jovem Cruzado muito forte e corajoso. Era um bom guerreiro, cumpridor de todas as ordens e missões que os seus superiores lhe ordenavam. Gostava de lutar e conquistar, era um bom companheiro de armas e nunca abandonava nenhum dos seus companheiros.


Após as missões cumpridas com bravura, os chefes davam-lhe algum tempo para descansar e para estar com a sua família. Porém, além de mulher e um filho, ele tinha uma amante muito fogosa. Assim, raramente estava com a esposa. Apesar de a amar muito, não sabia muito bem como havia de lhe demonstrar seus sentimentos. Não era muito conversador e nem sabia o que falar. Entendia-se melhor com ela debaixo dos lençóis, na cama. Durante o dia, tratava das suas terras, dos animais e reparava o que havia para fazer. Muito trabalho, só regressava ao castelo quando a noite caía. Para ele esta vida era muito monótona, estava mais à vontade no campo de batalha. Fora por esse motivo que se tornara Cruzado, não era pela Fé, mas antes para fugir aos trabalhos da quinta.


A sua esposa era uma mulher muito doce, muito jovem e muito crente em Deus, mas também era muito tímida e não sabia o que dizer ao seu marido. Fora educada para não falar muito, para não se expor para manter o recato, para ser uma boa mãe e boa esposa. Em suma, fora educada para o servir. E de facto assim o era, muito ligada ao filho. Cuidava, alimentava, mimava e brincava com o menino. Ele apreciava as qualidades dela e gostava de ter mais jeito com a criança, mas como tinha tido uma infância muito dura por um pai muito severo e nunca recebera amor, tinha dificuldade em ser espontâneo e com as questões emocionais.


Quando o marido estava em casa, andava muito feliz e tentava estar o mais tempo possível com ele. Queria agradá-lo e quando ele ia trabalhar lá para fora, ela ia para a janela bordar ou coser alguma coisa, mas não o perdia de vista. Ao jantar, tinha sempre a refeição dele pronta a horas e a comida que ele mais gostava. Porém, ele parecia não apreciar nada daquilo e ela sentia-se triste. Mas quando faziam amor, ele era muito diferente, muito carinhoso, dedicado e só parava quando ela estava plenamente saciada. Ele era muito perspicaz e através do olhar que ela lhe mostrava, sabia que estava satisfeita. Era um óptimo amante.


Quando ele partia para as missões, ela sofria muito mas na despedida mostrava-se forte. Não queria que ele a visse chorar, não queria preocupa-lo. Ela era muito religiosa, temente a Deus e rezava muito pelo marido. Rezava para que nada de mal lhe acontecesse e para que estivesse sempre são e salvo. Como ela o amava…


No entanto, ele achava-a fria de sentimentos. Porque não chorava ela quando ele partia nas suas missões, interrogava-se ele. “Não me ama…”, concluía por fim. Tinha sido devido a suas incertezas, que arranjara uma amante. Esta, era completamente diferente da sua esposa, mais extrovertida, comunicativa, misteriosa, sensual, sedutora e muito ardente na cama. Faziam sexo a qualquer hora do dia e muitas vezes, mesmo durante a noite. Esta era mais insaciável e tomava muito a iniciativa. Não era necessário que chegasse a noite e variavam muito as posições. Isto agradava-lhe, o sexo com ela era absolutamente fenomenal, selvagem! Ela satisfazia todos os seus caprichos. Por isso, ele ia-se embora de casa mais cedo e de forma imprevisível para ir ter com a amante… Mas não a amava, tudo o que sentia por ela era um intenso desejo sexual. Ela gostava dele, mas também não o amava, embora ele acreditasse que sim.


Certo dia, no regresso ao acampamento e após deixar a amante sentiu-se vazio interiormente. E foi nesse mesmo dia que a sua vida deu uma volta de 180º. Naquela batalha os Cruzados foram surpreendidos por um inimigo poderoso, com um vasto exército e foi um autêntico massacre. Ele foi um dos poucos que sobreviveram e ao perceber isso, começou a pensar na sua vida e questionou-se acerca da sua existência humana. Desesperado e a chorar como uma criança, espetou a espada no chão e caiu de joelhos, olhando para o céu negro de braços abertos e gritou para Deus a plenos pulmões: “PORQUÊ???” Chovia torrencialmente e subitamente ocorreu um enorme trovão e Deus falou com ele. Disse-lhe: “SOBREVIVESTE PORQUE FOI-TE DADA UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA CUMPRIRES A TUA MISSÃO TERRENA. TEM FÉ! ESCUTA A TUA VOZ INTERIOR E MUDA DE VIDA.” E Deus calou-se.


Ele pensou na vida que tinha tido até àquele dia. Pensou na família, na sua maravilhosa e linda esposa, no filho que tinha os olhos da sua mulher mas que era tão parecido com ele. E pensou na sua amante, na sua vida de Cruzado. Que sentido fazia aquilo tudo? Que deveria fazer para mudar a sua vida?? Então, no seu espírito surgiu a Luz e ele despertou para a sua verdadeira missão. Agarrou na sua espada e montando o cavalo foi para casa, para junto da sua família. Mulher e filho correram para ele para acolherem-no de braços abertos. Finalmente sentiu-se amado pela sua esposa, sentiu-se feliz e compreendeu que estava vivo, como se tivesse renascido das cinzas como uma Fénix. Afinal, o que é uma vida sem Fé e sem família? “Um vazio”, concluiu cheio de Fé em Deus e olhando para o céu.”





Cris Henriques

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Surpresa


Era a noite mais quente do ano. Na cama deitado, nu, ali estava eu morrendo de calor e de saudades daquela que me havia deixado e partira para Paris, a fim de aceitar uma irresistível proposta de trabalho. “‑ É apenas por seis meses”, dissera ela. Mas os seis meses haviam-se prolongado por um ano. Desde que eu voltei de Londres, em que fui a trabalho, que não tenho notícias dela. Durante uma semana inteira não parei de lhe telefonar e de lhe enviar mensagens para o telemóvel, mas como ela não me atendeu, não me devolveu as chamadas e nem respondeu às minhas mensagens, resolvi escrever-lhe um e-mail, e já lá vão três semanas sem qualquer resposta…

A certa altura tocaram à campainha. Levanto-me vestindo o roupão de seda azul-escuro, que ela me oferecera como presente no nosso primeiro fim-de-semana prolongado juntos e sem ninguém para atrapalhar. Tudo me lembrava de ti e tu, nem um sinal me dás… Dirigi-me à porta:

‑ Quem é? – Pergunto pelo intercomunicador. Ninguém respondeu. Rapidamente, espreito pelo olho de vidro e, para minha grande surpresa, vejo um enorme ramo de rosas vermelhas! – Deve ser engano! – Penso eu em voz alta abrindo a porta.

‑ Será que me perdoas? – Perguntou-me uma mulher irresistivelmente bela, que imediatamente me beijou com ardor, deixando-me sem palavras! Era ela, a mulher que eu tanto amava.

‑ Quando foi que voltaste? – Perguntei por entre os beijos.

‑ Hoje, desculpa não ter respondido aos telefonemas, nem ter atendido e de não ter respondido às tuas mensagens e ao teu e-mail, mas é que eu queria fazer-te uma surpresa e deixar-te louco de saudades. – Justificou-se, retomando a sessão de beijos cada vez mais intensos.

‑ E foi isso mesmo que conseguiste!

Mal entrámos no apartamento fechámos a porta e começámos a fazer amor desenfreadamente, ali mesmo, encostados à porta da rua. Foi ela que tomou a iniciativa abrindo-me o roupão e percorreu todo o meu corpo com beijos. A dada altura, deteve-se entre as minhas coxas e acariciou-me o pénis erecto com as mãos e depois chupou-o intensamente, proporcionando-me uma maravilhosa sensação de prazer, que me obrigou a fechar os olhos, temporariamente, para poder apreciar melhor o momento. Percebendo que eu estava prestes a atingir o clímax, depois de eu ter estremecido, ela parou erguendo-se de seguida e eu compreendi que era a minha vez de lhe retribuir todo o prazer que tinha recebido.

Despi-lhe a gabardina de cabedal negro e, fiquei bastante surpreendido ao deparar-me com o facto dela trazer vestido apenas uma lingerie com um cinto de ligas vermelho! De seguida, retirei o sutiã para lhe libertar os seios aprisionados e acariciei-os, beijando-a até os mamilos ficarem rosados e duros. Depois de lhe beijar a barriga, tirei-lhe as cuecas e prontamente, saboreei o seu clítoris e vagina ardentes, que ainda mal lhes tocara, já esta se tinha aberto para mim, tal como uma flor se abre ao ser tocada pelos primeiros raios de sol, ao mesmo tempo que, com uma mão, lhe acariciava as pernas levando-a ao rubro do prazer.

‑ Vem amor, já não aguento mais. Quero sentir-te dentro de mim… ‑ pediu ela, ofegante.

Obediente levantei-me e erguendo-lhe uma das pernas, penetrei-a com toda a minha virilidade. Os nossos corpos moviam-se com movimentos ascendentes e descendentes, freneticamente; até que por fim atingimos o orgasmo, sendo ela a primeira, mordendo-me o ombro e gritando de prazer. Instantes depois, foi a minha vez de alcançar o clímax, e soltando um profundo gemido de prazer, expeli o meu esperma quente dentro dela.

Deixámo-nos ficar quietos por alguns minutos, recuperando as forças e celebrámos o nosso amor com um beijo cheio de ternura. Onde minutos antes havia bebido dos seus seios, matando assim a minha sede, brotavam agora, pequenas gotas de suor.

‑ Quanto tempo ficas? – Perguntei depois de a ter deitado na cama, deitando-me ao seu lado.

‑ Que tal para sempre? – Perguntou-me ela, enquanto brincava com o pequeno tufo de pêlos do meu peito.

‑ Amo-te, querida – e ao dizer isto, ela beijou-me o peito e aninhando-se de encontro a mim, disse:

‑ Eu também, amor. Tive tantas saudades tuas.

‑ E eu tuas. – E beijamo-nos novamente.

Ainda voltámos a fazer amor naquela noite, mas já sem pressas, pois tínhamos todo o tempo do mundo. Quando o sol despontava no horizonte, atingimos o clímax total em perfeita sintonia. Foi um dos momentos mais lindos das nossas vidas. Instantes depois, já o dia tinha nascido. Adormecemos nos braços um do outro, exaustos daquela noite de amor.


Fim


Autora:
Cris Henriques


Nota: A fotografia destina-se a ilustrar o conto e como não pretendo violar direitos de autor, deixo aqui o link onde a encontrei: http://newserrado.com/wp-content/uploads/2011/10/Fazendo-amor.jpg. Obrigada.
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